O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 1º de dezembro, que o cenário atual seria diferente se a autoridade monetária não tivesse conduzido um rápido aumento da taxa Selic a partir do fim de 2024. Em dezembro, na última reunião sob o comando do ex-presidente Roberto Campos Neto, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros em 1 ponto porcentual (pp), e sinalizou mais duas altas da mesma magnitude nas reuniões seguintes.
"Estou muito convencido que, se a gente não tivesse feito o que fizemos na virada do ano, a gente estaria em uma situação bastante diferente do que estamos hoje", disse Galípolo, em um evento organizado pela XP, em São Paulo. "Não tem a menor dúvida que a postura do Banco Central naquela virada foi absolutamente importante."
O banqueiro central respondia a uma pergunta sobre a importância de "surpresas positivas" para o mercado na atuação do BC. Até o fim do ano passado, havia para parte da Faria Lima o temor de que Galípolo - indicado ao cargo pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou muitas vezes o nível da Selic, visto por ele como alto - poderia ser mais leniente com a inflação, e aplicar juros menores.
Segundo o presidente do BC, houve questionamentos sobre qual seria a função de reação da autoridade monetária com novos integrantes. Depois, parte do mercado também questionou se a política monetária iria funcionar ou não. "A gente não tinha dúvida sobre este tema, porque no Vaticano todo mundo tem fé. Nós somos o Banco Central, todo mundo acredita em política monetária", disse, em tom de brincadeira.
Galípolo repetiu que, por uma característica estrutural, a economia brasileira precisa conviver com taxas de juros mais altas do que os pares. "O Banco Central vai estar sempre reafirmando que o mandato dele é esse, se precisa dar uma dose maior do remédio para fazer o efeito, ele vai dar a dose maior do remédio para buscar o que ele precisa", afirmou.
Sinalizações
O presidente do Banco Central afirmou também nesta segunda-feira que o Copom não tem, no momento, uma sinalização sobre qual será seu próximo passo, justamente, porque ainda está na etapa de seguir analisando dados.
Galípolo disse que os dados reunidos até agora foram os que permitiram migrar do estágio anterior, de entender se a Selic em 15% seria contracionista o suficiente, para o atual, em que a percepção é de que o nível atual está produzindo efeito na inflação, mas não na velocidade desejada.
"Acho que é isso que os dados permitem a gente transmitir hoje. Não estamos deixando de comunicar porque a gente quer, estamos deixando de comunicar porque estamos realmente olhando a cada 45 dias como é que as coisas estão se comportando, dado todo o nível de incerteza que o ambiente já tem e dado fatos novos que podem acontecer", afirmou o presidente do BC.
Galípolo afirmou que há no mercado uma busca por uma palavra, um código, que "dê a seta", mas que o colegiado não vê a necessidade de ter um código sobre o que vai fazer ou não.
Sobre a manutenção do termo "bastante prolongado" nas comunicações recentes, disse que o "bastante não zera a cada nova reunião". "É um período que está acontecendo e ainda assim, como a gente está dizendo, apesar disso, entendemos que o processo está sendo um processo de convergência lenta da inflação."
Ele ponderou que o colegiado não quer agregar volatilidade ao mercado, mas disse entender que o Copom não tem necessidade ou obrigação de criar um "código" para telegrafar quando irá fazer algo.
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